segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O Sol sorri

Nada como um dia de sol, um sol majestoso e radiante que ilumina e enche de paz os corações perdidos... É São Paulo, é verão e embora a combinação não pareça ser incrível, há dias, como hoje, em que cada pequena tristeza está escondida como deveria estar, e toda a felicidade possível está perdida no céu azul aonde podemos nos encontrar. Eu sei, às vezes soa confuso, mas se você fechar os olhos e viajar na cena, ou apenas se viu o céu que eu vi aqui, então entende o que eu falo. Um sol que sorria, sem confusões, sem nuvens, sem escuridão, até a noite é clara como se não houvesse um mundo cheio de problemas, trapassas, sistemas ou pressão... Por todos os lados ouvia-se música, gente cantando, dançando ou até mesmo lavando roupa, sem obrigação. Eu vi as mais belas histórias escritas neste cenário de paz, eu ouvi as canções que todos esquecemos de cantar porque estamos ocupados demais com o momento... que passa. Eu ouvi alguém dizer "Não tenha medo, não tenha pressa..." Eu vivi hoje, ao menos uma vez, não era Niterói, não era Icaraí, não tinha praia nem pra olhar - e as lágrimas caem só em pensar - mas a sensação de liberdade absoluta esteve presente no dia em que, sem querer, São Paulo inteiro foi feliz, porque ainda que as maiores tragédias tenham acontecido aqui, hoje, este céu provou que sempre pode ter algo de bom.
Então, só hoje eu fiquei bem, sem o peso de carregar a mim mesma como uma obrigação de seguir em frente sem motivos. Hoje eu sou só o que sou, sem disfarces ou fugas fáceis. E pode ser que amanhã eu volte a ser esta pessoa que reclama e se sente só, que chora e se desespera sentindo o vazio tomar conta de si, e talvez eu esqueça que a felicidade é um dia após o outro assim como a tristeza... passa. Esta esperança que me toma em devaneios e me enche de paz pode sumir, e por tão pouco tudo volta ao que era... Não importa, estou aqui, agora, e sou feliz, talvez por poder ver um dia assim, talvez por ter amor e ser amada da maneira mais pura e incondicional que pode haver ou simplesmente por existir de verdade, não como alguém que é só o que tem que ser e faz o que tem de ser feito, mas por existir: carne, ossos, feridas, cicatrizes, uma tristeza sem fim que nem ao menos posso explicar, uma cabeça que é minha como eu quero, cheia de erros e acertos também, mas a cima de tudo com uma esperança que nunca morre, e que eu sinto às vezes tão forte que me toma por inteiro e me faz acreditar que tudo é como deve ser.

Então, boa noite pra mim, que fico feliz em ler o que escrevo...
E boa noite à quem foi feliz ou triste hoje, amanhã tudo muda mesmo!
Boa noite Gênio, minha parte mais bonita...
Boa noite.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Post para Artur da Távola

"Abafo a angústia e a vontade de chorar. Vou depressa para a rua, onde tudo é passagem, aparência e busca, tudo é leve e fluido como a ilusão que aplaca e aliena."

A parte difícil de se viver, a que mais dói, é quando nos descobrimos sozinhos. Estamos sós e ninguém precisa lutar por ninguém. Sinto como se a vida nos unisse e em contrapartida nós tratamos de nos afastar.
Eu estou aqui, ainda, e a vida está indo como deve ser, vejo as pessoas caminhando, tudo está tão certo e a angústia de permanecer no mesmo lugar volta a atormentar, parece que ao correr em busca de uma saída eu me afundo ainda mais onde estou.
Eu não sei viver um dia de cada vez, então continuo esperando que alguma coisa aconteça e o meu grande momento chegue...
Estou aqui... Ainda.