quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

E não se atormente mais...




"Quando já for bem tarde, e as luzes se apagarem, quando o dia se tornar noite e não pudermos voltar atrás... Eu estarei contigo, perguntando o que foi que fizemos. E se restar uma só esperança, queria que fosse tudo de novo com você..."


O que acontece se a gente de repente se perde e fica difícil demais se achar?
Eu nunca acreditei que tudo pudesse ir por esse caminho, eu já tinha lutado tanto para que tudo desse certo, eu já podia balançar a cabeça ouvindo Musica Ligera, eu podia ficar tranquila e não precisava mais de um ombro pra chorar.
Será que sou eu que não tenho direito de encontrar a felicidade? Meu reino por só um pouquinho de paz.
Está difícil controlar os meus próprios impulsos, a vontade que me dá de deixar tudo para trás e desaparecer, de não me ferir ou deixar ferir por mais ninguém.
Ah, se eu soubesse aonde vai dar este labirinto, se eu soubesse como chegar nos corações dos quais preciso, se eu soubesse ao menos como voltar atrás.
Eu sei sim que nada é pra ontem, nada para agora, nenhum amor assim desses que salvam ou destroem, não hoje. Ainda assim a necessidade de buscar aquilo que falta é que me apressa, e o que falta eu nem mesmo sei, mas sei que falta, sempre falta, eu queria ser completa por dois minutos, só de brincadeira, só pra saber como é.
Hoje não tem confusão, não tem furacão, o trânsito está lá fora, o caos também, e eu só chego até o sofá. Hoje não tem brincadeira na chuva, ela também ficou lá fora, hoje não tem sorriso, não tem alegria, não tem sol e nenhum amor restou.
O coração bateu tarde demais, e agora já não me deixa em paz, eu me lembrei hoje como é triste a solidão, porque a ilusão ao menos me mantinha tranquila, como se alguma coisa de bom estivesse para acontecer, engraçado a felicidade acabar antes de se completar.
Nada mais pode esperar, eu não posso mais, talvez eu ainda vá sentir saudade daquilo que nunca existiu, assim como eu sinto falta do meu real e único amor desfeito, estranho pensar que talvez fosse tudo o que eu procurava e mesmo assim eu fui embora, mas afinal de contas que pena que eu desisti.
E atormenta, entristece, machuca, mata um pouco e me quebra inteira, como se de repente nada mais tivesse valido a pena de uns meses pra cá. Porque fere, porque sangra, e me mate agora, por favor que eu não aguento comigo mesma.
Eu li em algum lugar, que "sonhar é melhor do que nada" e talvez seja mesmo verdade, o tempo passou, não há como voltar atrás, talvez seja melhor não pensar, não questionar, tudo aconteceu porque tinha que acontecer, e às vezes, antes de dormir, ou mesmo quando pego no sono, eu consigo sentir como se fossem aqueles tempos, e é tão real que eu posso sentir cada batida do meu coração, a mesma felicidade, a mesma coragem, e o mesmo amor das páginas rasgadas do meu diário. Aí então, quando começa a ficar muito triste eu viro pro lado, e digo pra mim mesma: Não se atormente mais.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Eu diria que hoje sinto muito...

Falar o que? Fazer o que? Se mal chega a felicidade e sem tempo de se instalar é expulsa pela tristeza que me fere e quase mata.
Dizer que se arrependeu não é forma de ter de volta tudo o que desprezou. Dizer que preferia voltar no tempo e mudar as coisas também não. Dizer ainda que gostaria de ser uma pessoa melhor não muda nada, afinal, de que servem as palavras, se nem sempre podem enxergar os sentimentos, esses que atormentam, perturbam e agora me castigam pela minha própria escolha?
Ah, mas se eu pudesse, eu diria que a vida é um imenso tormento desde que descobri o meu amor na tua ausência, e ainda que um amor diferente, ele permanece intacto e com mesma intensidade.
Ah, se eu pudesse eu diria que me lembro dos teus gestos e carinhos e formas de dizer  tudo o que eu precisava ouvir. E diria ainda, que Chico Buarque me lembra você como a mais ninguém, de maneira, que se ouço aquele que tenho vontade todos os dias, penso em ti também, todos os dias.
E me castigue ainda o quanto quiseres, tempo, destino. Se eu não sei porque motivo eu acreditei que a saída era fácil e ir embora era melhor, desistir sem tentar nunca fez ninguém mais feliz desde que o mundo é mundo.
Eu acredito num amor tão imenso e profundo que faz feliz todos os dias apenas por existir, que basta, e nos basta. Aí então, hoje acredito que o mesmo amor nos leva a ser tristes de modo a morrer um pouco todos os dias, definhar e nunca esquecer.
Eu queria poder dizer que a gente olha às vezes para o lado errado, que se faz cego diante daquilo de mais bonito que tem para enxergar, que joga, muitas vezes, no lixo aquilo que de mais precioso se pode ter. Eu não sei dizer em que momento me dei conta, ou em que momento me lembrei que esqueci de dizer tudo isso... O fato é que agora lembrei, e agora é tarde, para dizer que amizade ainda poderia existir, carinho, amor de algum jeito, de qualquer jeito, ou pelo menos um perdão.
E mostraria, só uma vez, o quanto vale este amor que ainda restou, este pensamento meu que não me deixa em paz cada vez que surge em algum lugar, numa boca qualquer, ou mesmo na noite calada, o teu nome bendito, bonito e que entre tantos outros me lembra só você.
Hoje eu deixo este medo de lado, mas ao mesmo tempo não ousaria te pedir o perdão que necessito, ainda permanece para mim como alguém superior e de amor maior e mais bonito do que jamais eu soube dar.
Eu encontrei a felicidade e a perdi tantas vezes depois de ti, eu fui e voltei e não me achei e até pensei que seria mais fácil, eu juro que pensei que seria melhor para os dois, e veja só, parece ter sido mesmo melhor para você, e eu ainda nem acredito que pensei poder viver sem a tua presença depois de tê-la tão perto.
E se é para pedir perdão, eu me acovardo e me intimido, eu me escondo e não ouso olhar nos teus olhos mais uma vez, porque se choro só de pensa-los eu poderia desabar ao olha-los.
Quem sabe um dia, eu num impulso, não te procuro e te peço amizade, talvez um abraço com o teu perdão, e aí quem sabe eu esteja livre de tudo que dói ao lembra-lo triste quando parti.
Eu poderia viver mais 1000 anos de inferno se pudesse te trazer a felicidade numa bandeja, eu arrancaria o coração sangrando deste peito para te dar como prova da minha gratidão e arrependimento.

"Vem ver que a vida ainda vale o sorriso que eu tenho pra te dar..."

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Felicidade, TPM, uma lâmina, sangue e lágrima...

Uma felicidade me invadiu, estava eu tão absurdamente e incrívelmente feliz que me deixei tomar por inteiro. De repente lá estava eu tão eufórica e em paz, com tanta coragem e livre de todo medo que antes morava em meu coração, agora eu tinha tanta certeza de tudo à minha volta que não precisaria de mais nada.
Num instante anoiteceu, amanheceu e eu nem percebi, eu fui dormir e sonhei, eu acordei e continuei a sonhar, até que tudo foi voltando ao normal, a poeira baixou, o medo voltou e eu continuei a sorrir, disfarcei minha própria infelicidade, a tempestade dentro de mim tomou conta, e numa tentativa falha de distração cravei-me uma faca no dedo, banhei de sangue o lavatório e chorei por cima do mesmo que corria, chorei tão profundo que jorrei toda a tristeza que me atormentava, a dor que se misturava agora com o pequeno corte que ardia.
Eu não sei o que me deu, e nem ao menos posso explicar este turbilhão que se forma dentro de mim, a felicidade esperada e a tristeza repentina, sem mais... Eu queria apenas braços amigos a me abrigar.
Eu dormi tão profundamente, que nesta noite entorpecida pelo luar, sonhei que me entregava à um passado de forma diferente do que eu fiz acontecer. Mas eu sei que o desengano é meu, vem de dentro, e não tem nada de errado lá fora, tudo está até muito bem.
Acordei muito depois do sol raiar, já passara da uma da tarde, e eu não queria levantar. Este dia amanheceu com uma intensidade unica, o céu azul, o sol brilhando, tudo parece mais verde, mais claro, mais intenso. Eu calo de dor mesmo já esquecendo do corte, me falta vontade de tudo, deve ser a minha TPM constante de todos os meses, como sempre igual, todo mês sofrido.
Hoje eu quero ouvir mais sim do que não, eu quero poder sorrir mesmo que para aqueles que não merecem, eu quero que me sorriam de volta ao invés de me jogar pedras, eu quero ter meus amigos perto, eu quero brincar de ser feliz, e acreditar que sou, eu quero acreditar que tem alguém por mim, e eu sei que mais tarde, quando o sol estiver para se esconder, eu vou recomeçar do zero e ver que eu fiquei e vou ficar, porque nada muda se o meu amor não mudar. Eu não me deixei vencer só porque hoje não foi um bom dia.


Se amanhã ainda existir amor, eu estarei aqui por ele, porque eu quero ser capaz de raiar um novo dia também dentro de mim.