Falar o que? Fazer o que? Se mal chega a felicidade e sem tempo de se instalar é expulsa pela tristeza que me fere e quase mata.
Dizer que se arrependeu não é forma de ter de volta tudo o que desprezou. Dizer que preferia voltar no tempo e mudar as coisas também não. Dizer ainda que gostaria de ser uma pessoa melhor não muda nada, afinal, de que servem as palavras, se nem sempre podem enxergar os sentimentos, esses que atormentam, perturbam e agora me castigam pela minha própria escolha?
Ah, mas se eu pudesse, eu diria que a vida é um imenso tormento desde que descobri o meu amor na tua ausência, e ainda que um amor diferente, ele permanece intacto e com mesma intensidade.
Ah, se eu pudesse eu diria que me lembro dos teus gestos e carinhos e formas de dizer tudo o que eu precisava ouvir. E diria ainda, que Chico Buarque me lembra você como a mais ninguém, de maneira, que se ouço aquele que tenho vontade todos os dias, penso em ti também, todos os dias.
E me castigue ainda o quanto quiseres, tempo, destino. Se eu não sei porque motivo eu acreditei que a saída era fácil e ir embora era melhor, desistir sem tentar nunca fez ninguém mais feliz desde que o mundo é mundo.
Eu acredito num amor tão imenso e profundo que faz feliz todos os dias apenas por existir, que basta, e nos basta. Aí então, hoje acredito que o mesmo amor nos leva a ser tristes de modo a morrer um pouco todos os dias, definhar e nunca esquecer.
Eu queria poder dizer que a gente olha às vezes para o lado errado, que se faz cego diante daquilo de mais bonito que tem para enxergar, que joga, muitas vezes, no lixo aquilo que de mais precioso se pode ter. Eu não sei dizer em que momento me dei conta, ou em que momento me lembrei que esqueci de dizer tudo isso... O fato é que agora lembrei, e agora é tarde, para dizer que amizade ainda poderia existir, carinho, amor de algum jeito, de qualquer jeito, ou pelo menos um perdão.
E mostraria, só uma vez, o quanto vale este amor que ainda restou, este pensamento meu que não me deixa em paz cada vez que surge em algum lugar, numa boca qualquer, ou mesmo na noite calada, o teu nome bendito, bonito e que entre tantos outros me lembra só você.
Hoje eu deixo este medo de lado, mas ao mesmo tempo não ousaria te pedir o perdão que necessito, ainda permanece para mim como alguém superior e de amor maior e mais bonito do que jamais eu soube dar.
Eu encontrei a felicidade e a perdi tantas vezes depois de ti, eu fui e voltei e não me achei e até pensei que seria mais fácil, eu juro que pensei que seria melhor para os dois, e veja só, parece ter sido mesmo melhor para você, e eu ainda nem acredito que pensei poder viver sem a tua presença depois de tê-la tão perto.
E se é para pedir perdão, eu me acovardo e me intimido, eu me escondo e não ouso olhar nos teus olhos mais uma vez, porque se choro só de pensa-los eu poderia desabar ao olha-los.
Quem sabe um dia, eu num impulso, não te procuro e te peço amizade, talvez um abraço com o teu perdão, e aí quem sabe eu esteja livre de tudo que dói ao lembra-lo triste quando parti.
Eu poderia viver mais 1000 anos de inferno se pudesse te trazer a felicidade numa bandeja, eu arrancaria o coração sangrando deste peito para te dar como prova da minha gratidão e arrependimento.
"Vem ver que a vida ainda vale o sorriso que eu tenho pra te dar..."
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