"E a gente vai se amando, que também sem um carinho ninguém segura esse rojão."
Chico disse, e eu endosso.
Se as coisas são tão difíceis como parecem agora, se o mundo lhe espreita e se oprime ser o que é, será que vão existir aqueles que vão te salvar das coisas tristes e da falta de esperança?
Pois eis que a vida me trouxe respostas, dessas fáceis de perceber, e simples até demais, muito além das palavras que ouso e amo escrever. São respostas como cada coisa de bom que acontece com a gente: Cada céu azul, mais azul que o normal, cada estrela que sobressai, cada pequena esperança que encontra um local frio, úmido e deserto pra se enfiar, e pra mim, cada fim de tarde na Mariz e Barros, indo pro mar, sentindo o vento de Icaraí e aquele sol que não existe outro igual, ou cada vez que Chico Buarque me faz sentir uma boa cantora, uma boa pessoa e quiçá uma boa escritora também.
Sobre essas respostas e a partir delas é que esse mundo que destrói, desanima, derruba e fere a todos nós me parece uma realidade válida, da maneira mais irônica e contraditória até boa de se viver, assim como os contratempos, as desventuras, os labirintos e tantos desencontros tem sido bons para nos mostrar quem somos e aonde podemos chegar.
E se a vida nos tem sido tão cruel e chegar até aqui, foi, a cima de tudo uma questão de sobrevivência, se apesar de termos tudo ainda nos falte força às vezes, e se tanta coisa bonita também custa tão caro, então cada dia é uma vitória a mais.
E é nesta noite meio fria, mais uma em que estou de frente à mim mesma, tão sozinha comigo, que insisto em me lembrar que vão existir pessoas por mim, e eu vou existir por elas. Será que só isso já não basta?
Então...
"Eu já não posso caminhar, caminhe por mim...
Se eu me cansar no caminho, respire por mim."
Aos velhos, novos, grandes amigos. Aos perdidos, que se encontrem, aos achados que se unam, para que possamos lembrar das músicas que ouvíamos, e dos lugares por onde passamos juntos.
Às enormes distâncias, encontros.
À mim, algum sentido pra estar aqui.
E finalmente, sempre fora do comum, ainda perdida, talvez com todas as esperanças escondidas em algum lugar que não encontro, eu tenho sempre aqui comigo alguma palavra boa de se dizer, e bonita de se ouvir... Aos amigos que ainda hei de fazer.
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Sabe quando a gente quer se esconder da gente? Quando é preciso se perder por um caminho estranho que nos leve pra um rumo diferente, um rumo meio "Alice", um rumo alternativo pra uma vida toda planejada por alguém?
Eu quero me perder de mim, da vida que inventaram, de um destino que não é meu e dessa sensação de impotência e fraqueza diante de tudo.
Eu não quero viver uma vida de ressacas morais e dores de cabeça, não quero viver em meio a tanta gente hipócrita, num lugar onde só o que conta é a aparência, onde eu não valho mais. Eu não quero continuar a ser sempre a boa amiga para quem vira as costas e se esquece do que significa carinho, atenção e cuidado.
Aí eu fico pensando se nasci no tempo certo ou se não estou completamente enganada pelo relógio. Se eu não sou daquele tipo que luta mais do que tudo e se deixa sangrar por inteiro a cada batalha. Fico pensando se eu não sou dessas que poderia viver no tempo de meu avô, quando ainda existiam sonhos possíveis, amizades que enfrentavam tudo e iam além do infinito, amores que se amavam mesmo em meio a loucura de se correr tanto...
Está tudo errado, o tempo, o vento contrário, a falta de esperança, tudo. Estamos perdendo cada detalhe do que é ser feliz de verdade, além das festas, além de sorrisos, será que sabemos ainda o que é a felicidade de poder chorar para um amigo? Será que nos lembramos do que é ter um amigo? Aquele que te vê sem maquiagem, rasgado, quebrado e ainda assim te reconhece.
Todos os dias eu vejo alguma "Felicidade" ensaiada em sorrisos e abraços, acabar com grandes histórias da amizade de pessoas que lutam, e sabem correr por alguém. Todos os dias eu vejo festas, baladas, tantas fotografias acabarem com dias de sol, fazendo deles um inferno em remédios. Todos esses dias estão passando, aqui e ali, e não há presente nem futuro, não há verdade, somos apenas grandes tolos.
E ainda que eu mesma chegue a hesitar um pouco, sei que ali em frente existe algo grande, diferente e incrível esperando por mim, algo que eu só preciso aprender a merecer, e aí então tudo passa a fazer sentido.
Eu acredito nisso, mais que tudo, e é claro que escrever não é muito para alguns, mas além de ser tudo o que faço com mais amor, cada linha é escrita com a minha mais pura verdade.
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