"E a gente vai se amando, que também sem um carinho ninguém segura esse rojão."
Chico disse, e eu endosso.
Se as coisas são tão difíceis como parecem agora, se o mundo lhe espreita e se oprime ser o que é, será que vão existir aqueles que vão te salvar das coisas tristes e da falta de esperança?
Pois eis que a vida me trouxe respostas, dessas fáceis de perceber, e simples até demais, muito além das palavras que ouso e amo escrever. São respostas como cada coisa de bom que acontece com a gente: Cada céu azul, mais azul que o normal, cada estrela que sobressai, cada pequena esperança que encontra um local frio, úmido e deserto pra se enfiar, e pra mim, cada fim de tarde na Mariz e Barros, indo pro mar, sentindo o vento de Icaraí e aquele sol que não existe outro igual, ou cada vez que Chico Buarque me faz sentir uma boa cantora, uma boa pessoa e quiçá uma boa escritora também.
Sobre essas respostas e a partir delas é que esse mundo que destrói, desanima, derruba e fere a todos nós me parece uma realidade válida, da maneira mais irônica e contraditória até boa de se viver, assim como os contratempos, as desventuras, os labirintos e tantos desencontros tem sido bons para nos mostrar quem somos e aonde podemos chegar.
E se a vida nos tem sido tão cruel e chegar até aqui, foi, a cima de tudo uma questão de sobrevivência, se apesar de termos tudo ainda nos falte força às vezes, e se tanta coisa bonita também custa tão caro, então cada dia é uma vitória a mais.
E é nesta noite meio fria, mais uma em que estou de frente à mim mesma, tão sozinha comigo, que insisto em me lembrar que vão existir pessoas por mim, e eu vou existir por elas. Será que só isso já não basta?
Então...
"Eu já não posso caminhar, caminhe por mim...
Se eu me cansar no caminho, respire por mim."
Aos velhos, novos, grandes amigos. Aos perdidos, que se encontrem, aos achados que se unam, para que possamos lembrar das músicas que ouvíamos, e dos lugares por onde passamos juntos.
Às enormes distâncias, encontros.
À mim, algum sentido pra estar aqui.
E finalmente, sempre fora do comum, ainda perdida, talvez com todas as esperanças escondidas em algum lugar que não encontro, eu tenho sempre aqui comigo alguma palavra boa de se dizer, e bonita de se ouvir... Aos amigos que ainda hei de fazer.
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