Quantos mundos vão existir pra me atrair? Ou então quantas maldades disfarçadas? Quantas pessoas lindas, incríveis e extremamente desejáveis vão estar por aí me olhando? Às vezes tudo o que eu queria era ter nascido longe daqui, dessa busca por aparência que ofusca o que somos por dentro, dessa tristeza terrível de ser perfeito ou ser mais um, bonito ou feio, certo ou errado, mas principalmente dessa angústia de ter os olhos dos outros como espelho, de ter que ser bom para os outros mais que pra nós, de nada bastar.
Desde pequena, quando mais estou ferida, vou até a janela do quarto e olho para o céu sempre me perguntando "Quem vai me enxergar aqui, como sou?", nunca tive uma resposta, porque nunca, sequer uma pessoa me olhou como eu me vejo ou como me sinto aqui. Paro em frente à janela e me ouço chorar, espero e deixo estar, que tudo passa, e vai passando, passando, até que a gente nem se lembra porque chorou.
Então eu simplesmente não ligo de estar feia ou bonita, perdida ou achada e não ligo de estar ferida, porque dói muito mais ter que fingir que não estou.
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