sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Bomba relógio

Sempre prestes a causar um desastre. Estar ao meu lado certamente não é seguro. Uma surpresa, inesperada, brutal, sim ou não, do céu ao inferno em um segundo. Ou adora-se ou odeia-se, comigo é sempre assim.  Não sou uma pessoa fácil de se amar, de se ter por perto, há muitos caminhos tortuosos por que passei e talvez eu tenha me acostumado. Gosto da amargura, sou maluca, nenhum sentimento meu é o que todo mundo espera, nenhuma das minhas ações são o que querem de mim. Estar sozinha é sempre estranho, ainda que esta seja uma condição imposta a qualquer um, para mim é estranho, conviver comigo mesma me cansa e não é a minha melhor relação.
Porém, vez por outra me arrisco algo mais, algo novo, diferente, bom. Este algo é o amor, que é bonito e feliz mesmo diante de todas as impossibilidades, quando sinto é por inteiro, nada mais importa. Meus arroubos são só parte de mim, Deus, se eu pudesse ser diferente, eu o seria. Mas tenho notado que algumas coisas estão em nossas mãos, não o amor, esta coisa que acontece por ele próprio e não nos deixa escapatória, mas o que fazemos dele, como fazemos para merecê-lo.
Não sou qualquer pessoa dada à normalidade, eu sei, mas o meu amor é o que de maior eu posso oferecer, o amor pelo que leio, por cada palavra que escrevo ou dedico, pelo céu azul e os dias de sol, por Icaraí no verão, pelas músicas, até estas que ainda hei de escutar, e principalmente por alguém capaz de me tomar inteira e me fazer sentir radiante com um olhar. Esta, senhores, é a mais rara mostra de que o mundo vale à pena, e nós não o desfrutamos como ele se dá, com intensidade a cada segundo. Eu vivo a espera de um ser que não conheço, perfeição, nome doce e amargo de tragar, busco tê-la pois de imperfeita me basto, mas curioso como ela foge, sempre distante, e eu perco o controle e vivo para o sentido oposto. Então conheci ser mais próximo do que considero a perfeição, e tudo clareou, num instante eu era outra, tão completa que nem coube em mim. Sei que trago um coração complicado, milhares de dores incuráveis e muitas amarguras, mas ele tira de mim toda esta dor com um sorriso. Queria tê-lo dito, mas não dizemos muitas coisas porque esquecemos que a palavra foi feita para falar. Sou o ser mais falho que conheço, completamente humana, completamente torta, mas do chão nunca passo, e um dia eu me acerto.
Não sou eu grande filosofa, ou grande qualquer coisa, sou pequena, aliás, mas não posso me furtar o desejo de externar que o nosso amor, quando é sincero, grandioso e bom, vale cada rusga, cada pedra no caminho ou no sapato, cada olhar de revolta e logo de mágoa, enquanto existir um amor capaz de superá-los, existirá a perfeição.

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