segunda-feira, 13 de junho de 2011

Desapareça.


Eu não leio nada, não vivo nada, não sou mais nada.
O amor mais delicado se tornou o mais difícil e depois dele será que todo amor há de ser ilusão? Ainda que falem (e falam) eu sigo, a ilusão não precisa ser de todo ruim. Algumas horas, umas conversas aqui, outras ali. O meu problema é este maldito humanizar cada relação ilusória, é aí é que dá-se com a cara e o coração de novo no solo. Como se já não me bastasse o desastre de ver um amor maior que o mundo inteiramente triste. Mas amor é só para o bem, uma sábia dizia. E deveria, será que é o meu modo de amar que destrói tudo? Não me pergunte.
E eu que era triste antes de amar, hoje sou infeliz por inteiro em minha procura incessante por respostas. Por que, oh Deus? Por que fizeste de nosso amor este caos? Será que amar não basta, ou sou eu? Apenas eu.
De todas as coisas da vida acho que esta busca será para sempre a mais cruel.
Passa-se por cima das dores que lhe causam, cada arranhão, cada chute, cada empurrão.
Passa-se por cima de cada palavra de fúria, ódio ou desamor.
Passa-se enfim, por cima de cada desilusão e a fé sempre volta ainda que escondida, presa à velhos medos, ou cheia de insegurança. Caia, sim, e depois levante-se, com o mesmo olhar fixo no horizonte aonde vai chegar. Caia, mas saiba se levantar forte, firme, convicto.
[...]
A outra face da dor, a desventura, a falta de sonhos, a perda da esperança, toda a amargura.
É só mais um dia -Penso - Só mais um dia, e ao final tem sempre uma noite que recupera cada lágrima ou suor. Acontece que as noites tem sido raras, e de longos pesadelos que me atormentam até o dia clarear. E nem bem clareia é hora de enfrentar tudo de novo. Eu queria dizer que sou forte. Mais uma vez! Como eu queria dizer que posso com tudo isso. Cada dia um novo engano, todo dia uma nova violência do mundo, que vai ficando mais intensa, me jogando contra as paredes do meu próprio ser, e me fazendo enxergar, e mais, viver novamente os dias de terror e morte que há tanto se foram. Só eu sei quanto dói levantar, o quão fraca estou, inteiramente vazia, repleta de ausências cortantes, totalmente entregue.
[...]
Até meus textos ficaram mais egoístas, os assuntos deixaram de ser para quem lê, os temas hoje estão todos em volta da minha completa insignificância. Será que pode um escritor ser mais medíocre ou mais egoísta? Sinceramente eu não sei. Tudo que posso fazer é pedir perdão à quem me lê, ou rezar para que simplesmente não leiam. Ironia? Eu sei.
Talvez ser lida seja a única porta para a liberdade ou o entendimento, eu não sei.
Boa noite, dos sonhos mais belos que eu possa imaginar para cada pessoa capaz de seguir em frente. Quanto a mim, não ouso ir tão longe, não quero sonhar, só dormir, e no meu mundo desaparecer...
Para sempre, se possível.

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