O que se faz ao acordar emaranhada em dor? Como se desprender de uma tristeza funda e irremediável? É preciso entender que novos dias virão e com eles novas dores e novas curas. É preciso adormecer, não lembrar, se perder.
Chega uma hora em que a gente já disse tudo que tinha para ser dito, embora permaneça um nó na garganta, destes incansáveis, que parecem nunca se desfazer. Tem horas em que de nada adianta procurar uma solução, o jeito é seguir e esperar que ela se apresente durante o caminho. Hoje eu não preciso pensar, escrever, afirmar, simplesmente sei que há uma razão para que tudo se faça tão desolador, a ausência de esperança às vezes não nos permite enxergar que toda lágrima seca com o tempo, tão natural quanto respirar, e que todo vazio uma hora é preenchido, ainda que demore.
Não ter duvidas, acreditar até o fim num destino que inventamos pode ter um trágico final, mas não acreditar no que se vive e se quer viver é também matar o que há de puro em cada sentimento.
Carrego comigo apenas cicatrizes, que doem às vezes e vão diminuindo a cada dia, se a amargura é característica irremediável, não sei, mas acredito num dia em que tudo há de ser paz, e eu não seja mais apenas dor.
Hoje é só mais um dia.
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