quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Talvez o erro seja meu


O erro é meu. Eu acredito demais, eu acreditei em vão.
Eu insisto até hoje em acreditar no que meus pais dizem desde pequena: Seja honesta; seja verdadeira; seja leal. São esses valores que eles me passaram, e pode até ser burrice seguir tudo isso, mas eu não sei ser de outro jeito.
Eu não sou exemplo de nada, eu mal dou conta de mim mesma, é que quando eu paro para pensar eu não consigo me imaginar passando por cima de ninguém para ter o que quero, eu não me imagino conseguindo ser feliz atropelando a felicidade dos outros.
É, eu acho que talvez o meu erro seja exatamente pensar tanto nos outros, pensar muitas vezes em quem não parou por um segundo para pensar em mim, pensar tanto e querer tão bem a quem só me viu pelas costas.
Eu já não sei mais exatamente qual a lição a aprender, mas eu ainda mantenho a certeza de que cada dia é uma lição e cada obstáculo é só uma forma de nos tornar mais fortes.
É assim, a gente erra, acerta, mais erra que acerta na verdade, mas a minha força consiste nisso, em não esconder minhas fraquezas, em poder chorar sem medo e sempre saber que existe um dia seguinte, e quando esse dia amanhece tudo o que foi ontem de certa forma fica no passado.
Para mim as coisas nunca funcionaram na base do ''tudo vale'', eu acho que sofro de velhice precoce, acho que eu sempre fui meio chata como diz minha mãe, meio mal humorada, sistemática e cheia de regrinhas comigo mesma... Essas coisas com o tempo foram mudando. Sistemática e mal humorada, acho que tanto quanto papai, no fim das contas eu acho que a convivência fez isso comigo, e uma vez ele me disse que gostaria que eu não fosse amargurada como ele. Mas o que eu vejo e sempre vi não é um cara mal humorado e triste. Eu sempre vi um homem lutador, que lutou até demais, e que talvez por isso tenha se cansado de tudo um pouco, é um orgulho sim, ter uma família como a minha é para poucos. Cada gota do suor, de sangue e de lágrima eu sei que valeu a pena para chegar até aqui.
Outro dia minha mãe chegava da greve, cansada (muito cansada) e eu sabia que ela já não agüentava mais aquilo e então perguntei por que ela não parava e ela me respondeu que, se ela que é a diretora de base do sindicato não dá o exemplo não poderia se esperar atitude melhor dos outros. E eu sempre soube que ela é uma grande mulher, que soube muito bem me ensinar o que é realmente importante nesta vida, independente do que você tem, o que vale é mostrar quem você é ao menos para quem realmente se importe em enxergar.
Eu fico tão perdida em meio aos meus valores e ao que eu às vezes sinto vontade de fazer, de certa forma quando eu vejo tão de perto as pessoas me atropelarem eu sinto mesmo muita vontade de passar por cima delas como fizeram comigo. Mas é aí que eu paro, penso e percebo que eu preciso ser diferente, e que eu sei ser diferente!
É por isso que hoje, depois de comprovar uma amizade perdida e um amor jogado no lixo, depois de ver que eu realmente posso me enganar de forma absurda quanto às pessoas é que eu digo: Eu prefiro mesmo que não gostem de mim, eu prefiro que me chamem das piores coisas e que nem me olhem, porque quem realmente valer a pena vai saber que eu sou diferente, e que eu não preciso me explicar. Eu prefiro errar e dar a cara pra bater, errar e assumir, já que as conseqüências, querendo ou não serão minhas. Eu não sou perfeita, não faço discurso moralista e nem tento ser o que não sou... O meu erro talvez seja ser sincera de mais, e falar aquilo que as pessoas não querem ouvir mesmo sendo verdade.

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