quinta-feira, 17 de março de 2011
Estradas
Sabe quando se quer demais uma coisa, que fica até difícil lutar por ela? Pois é. Eu sempre tenho que começar com uma pergunta, que é pra ver se alguém me responde ou entende.
Hoje eu percebi que tudo o que eu quero e preciso está bem em frente, a questão é: Como fazer para dar o próximo passo? Eu já não sei ir a diante.
São tantas estradas, tantos caminhos, tantos labirintos, como eu sempre costumo dizer. E andava muito difícil ter de fazer uma escolha. São tantas opções que rodam em volta, que eu paro, penso, esqueço, e me lembro finalmente do lugar onde quero chegar. Aí penso de novo, por não encontrar a certeza de que preciso. Mas hoje, tonta, em devaneios loucos, eu entendi que nada mais pode ser um risco do que não viver, mas se vivo, hoje, da maneira como quero, desenfreada e insana, também não digo que é das formas, a melhor.
Eu continuo parada, aqui, em frente a duas estradas opostas e arriscadas, numa delas eu posso ver bem claro ao fundo uma paz imensa, o branco das nuvens e das calçadas, como se ali eu pudesse encontrar toda coisa boa que talvez eu mereça. Já o oposto é a outra estrada, um pouco fria no início, aparentemente vazia de companhia e de afeto, mas ao fundo pode-se ver uma felicidade livre, nem boa nem ruim, apenas fácil de se acostumar.
Eu ando mergulhando em meu próprio medo, esse medo tão maior que eu, de ser abandonada, de ficar sozinha sem opção, não poder escolher e sim ser escolhida pra seguir um caminho que pode nem ser o meu. O meu medo corre por dentro de mim e me toma inteira sem me deixar dar os próximos passos, assim eu fico, esperando o dia da libertação, o dia em que vou poder respirar em paz...
Ouço uma voz ao longe, e essa voz me diz sempre a coisa errada, tentando acertar. Aí toda a certeza que eu acumulei durante o dia esperando pra falar-lhe quando a noite cai se dissipa, como a vontade que tenho de permanecer neste lugar.
Deus, são duas, três, milhares de estradas e caminhos opostos que se fundem, e eu não sei aonde ir. Quando grito não sei quão longe chega a minha voz, quando choro não sei quem pode ouvir, e quando eu amo, ah, quando eu amo eu sei a quem, mas ninguém entende, nem o amor.
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