terça-feira, 29 de março de 2011

Tire tudo da cabeça

Voltaste de novo a mim, vazio? Eu te vi de novo por aqui, e eu procurei me perder, procurei por mim, rasguei todo o medo, maldito, frio, e nada. Agora sento-me aqui, olho fixamente para esta tela e procuro as palavras certas para dizer do meu fim, este fim horrível, que nada de bom existe, nem sobrou o amor. Eu já não peço perdão, já não busco caminho, nem quero concertar nada quebrado... tudo quebrado. Meu coração pede o pranto e meus olhos não permitem, eu tento, agora sei que o choro alivia sim.
Tudo mudou, engraçado como a roda gira e a coisa toda se transforma, engraçado como de repente a nossa vida deu um salto em direção ao abismo, e eu já não sei mais me salvar, ainda assim, eu queria poder salvá-lo.
Nós acreditávamos no amor, acreditávamos em nosso amor, a cima de tudo. Eu até poderia dizer (e sinto) que não fiz absolutamente nada por vontade, me fiz cega, ainda consciente, mas cega, medrosa. Sei que me faltou coragem de apostar, sei que fui vítima de mim mesma e de toda a tentação que sofri. Sei que me deixei levar pra  longe, e entendo que agora a distância seja demais. A quem poderei culpar? Por que é tão difícil poder confessar minha própria culpa?!
Eu tenho ódio desta covardia que me impede de dar um fim neste inferno, eu sinto pena de mim mesma, iludida por remédios, tentando esquecer. Eu quero sair daqui, já não quero voltar, não posso voltar, sinto meu corpo sair de mim, sinto a solidão me tomar inteira, vejo que o fim está tão próximo, e ainda assim não tenho coragem de ir, maldita esperança que resta... Ou melhor, resta? Então tire isso de mim também, vida!

- Para o meu eterno amor dedico a vida que se esvai, junto ao meu pedido de perdão, calado, porém constante.

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