terça-feira, 8 de março de 2011

Solitário...

Alguém imaginou que algum dia eu ia escrever sobre carnaval? Na verdade até já devo ter escrito, não me lembro.
Meu carnaval foi um constante erro. Pra começar por ter vindo pra um lugar na marra e sem vontade. Depois por ter me fartado tanto e com tanto vigor do álcool grátis. Então cheguei no extremo dos extremos, ande eu não me permito chegar, a ponto de sentir raiva de mim. Nesse momento eu sinto saudade de tudo o que é meu, da dignidade que eu esqueci em casa, dos meus amores, amigos, livros, até do meu trabalho!
O frio está cortante, é uma noite estranha, que me congela e me fere, eu fico num estado de transe sem saber por que, não sei como sair daqui, não sei. É uma sensação de impotência enorme diante do silêncio deste lugar, eu quero gritar, gritar qualquer coisa, qualquer. Quero gritar todo ódio que eu tenho guardado, todo sentimento de repulsa que me toma, e qualquer coisa boa agora seria lucro.
Minhas mãos tremem, tudo dói, é como se hoje fosse o ultimo dos dias, o pior, o que dói. Essa noite só não está mais fria que o meu coração.
...
Eu procuro por todos os lados uma simples resposta, qualquer coisa que explique esse estado, qualquer coisa que me responda o momento exato em que deixei toda felicidade que ele me trouxe me destruir. Como é que pode felicidade destruir alguém? Só uma criatura insana como eu mesmo.
Mais um dia, e mais uma noite regada a tropeços complexos, o que eu posso dizer? Todas as manhãs quando acordo sinto aquela sensação de arrependimento geral, mas hoje mais que nunca.Estou ainda numa ressaca estranha.  Ressaca de álcool, de loucura desenfreada e de saudade de tudo o que tem a ver comigo.
Mas sobretudo sinto uma falta imensa das minhas bebedeiras acompanhadas, pois aqui é muito solitário.


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