sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Um beijo como cobertor no frio


Acho que a melhor definição que já ouvi. Pode um beijo ser como um cobertor num dia frio...
Este beijo deve ser daquele que te importa de verdade, de um único ser neste mundo que detenha seu coração. Aquele que vai te fazer tropeçar ao tentar ir embora, que vai te manter ali por mais que o tempo passe.
Deve ser assim agora, quando já não importa quantos homens você deseje ou pra quantos você olhe se, inevitavelmente, apenas um parece fazer sentido.
E eu acredito que seja assim sempre: Você deixa algumas pessoas importantes passarem, você se arrepende muito disso, você se esquece de dizer aos amigos o quanto os ama, e se esquece de pedir perdão quando falha... Mas então um dia você descobre que deixou passar aqueles que tinham que ir de qualquer jeito, para estarem melhor e para que você também esteja. Você descobre que um beijo pode ser muito mais que a pura atração que se sente por alguém, que se arrepender não vale a pena e nem muda as coisas, e que os amigos de verdade vão estar aí para te perdoar mesmo que você não os peça perdão.
Talvez seja poético, mas nem sempre melhor ou mais fácil, querer uma só pessoa e ser para uma só pessoa, talvez amar seja mais difícil e mais desastroso que simplesmente não amar. Acontece que o amor é único sentimento que te enche de vida o suficiente para que você seja completo.
Enfim, encontre-se em seu amor, deixe que o labirinto da vida te leve até ele, sem medo, você por alguém e alguém por você... E então mais tarde tudo começa a fazer sentido. 
Aqueça-se. 

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Meu fiel escudeiro

Como se explica de repente encontrar pessoa tão incompatível e diferente de mim e que ao mesmo tempo tenha a incrível capacidade de me entender?
Como se explica ou racionaliza aquilo que de mais profundo existe dentro de mim? O amor e admiração a ele, amado amigo, Rafael, sobre quem (e para a quem) escrevo com tanto prazer.
E as ruas de nossa Santana que presenciaram tantos passos, tantas conversas e confidencias é que falam por nós, pois lugar nenhum jamais seria tão bom quanto este que nos recebeu e acolheu e que foi palco de todos os nossos espetáculos de cumplicidade sem fim. Essas ruas tortas e o caminho de sempre, braços dados, e palavras perdidas, ah, mas eu queria poder dizer-te em um só dia tudo o que eu passei, mas nem em tantos dias há três anos consegui dizer-te o quanto me fazia bem o simples trajeto que da escola nos levava ao terminal, se era a tu a me acompanhar.
E debaixo do sol do meio dia, de alguns temporais, das minhas desventuras amorosas, desvairados pensamentos e idéias mirabolantes é que fomos felizes, enquanto nossos dias eram apenas um do outro, enquanto almoçávamos no Mc donald's, e nada mais fazíamos senão ajudar toda aquela corja que nos enfia de cabeça nesse capitalismo sujo, e fingir que estudávamos e que aquele tempinho era realmente para que eu fosse bem na escola, e não apenas um tempo nosso para dizer: "Oi, eu estou aqui, todos os dias e sempre estarei".
E o tempo foi passando para nós, eu e ele, juntos, há três anos, e não poderia me furtar de dizer o medo que tinha de que durante as férias ele se esquecesse de mim, ou se mudasse sem dizer para onde. Eu sabia que jamais encontraria no caminho alguém que me acolhesse tão prontamente e que me dissesse tudo o que eu arrisco pensar ser apenas os olhos doces deste amigo, mas que me fazem um bem danado. É quando eu penso que sou forte, sou capaz, sou "gênio". Nem tanto, mas eu gosto de ouvir.
É sim, Rafael, a pessoa mais bondosa e bela que habita este mundo, e não são olhos cegos ou apaixonados que dizem, são os olhos daquela que o enxerga por inteiro, como um irmão, com um amor incondicional, e que vai estar ali independente de tempo ou distância.
E é ele que, talvez se lembre, como mais ninguém lembraria de cada detalhe e cada momento que passamos juntos, é ele que descreve esses momentos e que da forma mais doce me arranca lágrimas dos olhos.
Ah, meu amigo, eu não preciso dizer e nem mostrar mais o que és para mim, se ao ver-te brilham os olhos daquela que só deseja ter para sempre um abraço teu ou uma palavra de consolo, um colo, ou qualquer coisa que os valha.
Pela tua dedicação de anos, por ter aguentado tantos altos e baixos comigo, por me ser fiel desde o dia em que te conheci, por nunca ter me faltado quando eu precisei, por ser a pessoa mais doce que cruzou o meu caminho e por ser, Rafael, apenas isso que és, assim, exatamente como conheci, eu escrevo não só para ti, mas para todos aqueles que sabem ou desejam saber o que é ter um fiel escudeiro, um amigo irmão, alguém em quem se confia de olhos fechados, a cima de tudo, e contra qualquer lógica que diga ao contrário. Para que saibam que existe, sim, uma amizade sobretudo infinita.
Pelo amor mais bonito, aquele que não faz sofrer ou causa mágoas, o que de mais puro existe em mim.
Obrigada, caro escudeiro.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Não chore ainda não, que eu tenho um violão e nós vamos cantar.

Sobre um herói (2)


O meu Brasil nasceu na voz dele, a lágrima surgiu no canto dos olhos com a sua música, a emoção apareceu no meio das suas letras, o amor e o orgulho deste país de incríveis talentos, o amor maior do mundo que lhe dedico, caro herói, Chico Buarque, obrigada por cada lágrima que correu deste rosto feliz e satisfeito em poder ouvi-lo.
Obrigada, meu Chico, por me salvar de tanta coisa ruim que me cerca, por me regar de boa música e me abrir as portas para aquilo que há de mais precioso, a emoção que se sente quando uma simples musica é capaz de tocar fundo nosso coração.
O que se pode dizer, meu Deus, sobre este homem que fez de mim o que eu sou? Que é o maior ídolo que eu poderia imaginar, que foi a primeira pessoa capaz de me fazer chorar assim de tanta emoção, que entorpeceu minhas noites e acalmou meu coração, este homem que me fez pensar mais que qualquer outro poderia fazer, e me fez amar com um amor inexplicável esta minha terra, a minha gente, o meu lugar.
Ah Brasil, que nome bonito que soa aos meus ouvidos, "verás que um filho teu não foge a luta", verás que eu te amo a cima de qualquer outro lugar, e que te tenho como um orgulho maior, o lar do samba, da bossa nova, o lar do meu Chico e de tantos outros. Nasceram aqui aqueles que eu admiro como jamais poderia imaginar à outro famoso qualquer, porque são eles que escreveram a tua história, meu país, e que de quebra escreveram a minha também, e de certa forma me fizeram ver que não existe nada de melhor no glamour massante e nas incríveis belezas de rostos jovens lá fora, se depois que acaba o show todos tiram a maquiagem e o figurino, e o que fica não chega nem ao menos perto do talento dos rostos destes, cansados da luta, mas felizes no samba, destes que descrevem com perfeição cada sentimento maluco que me toma em devaneios.
E eu cantei, meu Deus, com tanta emoção que me saltou o peito e quase me explodiu o coração, cada uma de suas canções, com alegria sem tamanho ou tristeza profunda, porque nada jamais escrito por ele foi banal ou vazio. A sua verdade é que faz minha vida pulsar, é que faz meu amor florescer e minha palavra ser forte, verdadeira e ser lida. A sua música é que dá sentido à minha vida, aos meus amores, às minhas vitórias.
Mas a cima de tudo, Chico Buarque, és o maior dos meus amores, aquele que sobreviverá à morte ou ao platonismo, que sobreviverá às minhas quedas diárias, porque este amor me remete ao melhor de mim: O pouco de cultura que tenho, o pouco que sei e aprendi, à minha busca infinita por felicidade, cada amor e emoção que brota do mais profundo do meu coração, enfim, me remete ao que existe de bom que eu ainda acredito.
E é assim, já me debulhando em lágrimas, e as mais emocionadas que tenho para derrubar, que te dedico, amado Chico, o que há de mais intenso e profundo em mim, o meu amor e admiração incondicionais, o meu respeito e o meu Brasil ideal.
E eu agradeço todos os dias a sua existência, ainda que nunca saiba da minha.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Passional e inconstante, ela faz tudo pulsar.

 
Entre paz e confusão ela é a confusão. Entre o risco e o seguro ela é o estereotipo do arriscado. Se você segue em frente, ela grita, pula, festeja e dança para te acompanhar. Se você vive a sua vida, ela morre para viver todos os dias, ela muda e erra para aprender. Se você é bom, ela é só alguém que dá tudo de si para ser o melhor que pode, e se esse melhor não satisfaz a alguns, ela sente e olha pra frente, que o que importa é o que ainda pode ser conquistado.
Ela cativa quem se deixa cativar, e ama aqueles que se deixam ser amados. Ela procura um amor maior que o mundo, uma história de vitórias e de presenças mais que de ausências, uma história de encanto e mágica que tem a ver com Chico Buarque e mistura a sua poesia com outros tantos admiráveis.
Ela se encontra entre os discursos de seu pai, grande guerreiro, e as lutas diárias de sua mãe. Ela se encontra entre o revolucionário e o que tem de Che Guevara dentro de si. Ela está entre o risco e a batalha de cada dia, que é simples e parece fácil, mas o amanhã é sempre uma vitória a mais.
Ah, ela é idealista, romântica e piegas assumida. A sua eterna esperança é um dia a mais, a mágica beleza de uma tarde de pôr do sol no verão do Rio de Janeiro, seu oásis de férias.
Ela se encaixa em duas palavras de amor e meia dúzia de textos de Artur da Távola, ela está em cada pequeno laço de amor que surge direto do mais profundo de sua alma, e isso faz dela quem é.
Ela é filha de militantes, lutadores, incansáveis, filha do amor pela batalha, da luta por um todo, a cima de qualquer individualismo. Ela é feita da união entre duas almas profundas e cheias de histórias para contar. Ela chega de manso às vezes e senta no colo de seu pai, para ouvir o que ele tem a lhe dizer, e enxugar as lágrimas que escorrem de seu rosto cansado do trabalho, ela gosta de vê-lo chorar, é quando parece que tudo valeu a pena.
Ela se perde no céu entorpecido pelas estralas que brilham, ela se perde por entre seus sonhos e pesadelos mais profundos, o labirinto da sua cabeça e de seus passos a levam sempre ao ponto de partida: Aonde começa o amor e a magia de estar vivo, é isso que a mantém forte, e cada dia com mais força.
Dona de um nome forte, da personalidade que faz jus a ele, e do orgulho de levá-lo consigo. Sim, pois o nome é o que tem para honrar, o que lhe foi dado de presente.
Ela marca no que diz, e até no que oculta, ela age, quebra as barreiras, sonha e escreve. Escreve porque este é o seu maior prazer, dividir com quem a lê, toda a tristeza, a alegria, a ausência e a distância, a saudade, o medo e a coragem, a dor do amor fracassado, os devaneios, a ilusão e cada sentimento que surge. Os dias de sol, as noites caladas como esta, as tardes chuvosas ou então as de verão na calçada da praia.
E você pode encontrá-la por entre as músicas de seus amados Chico, Tom, Vinicius, Toquinho ou algum outro que os valha, por entre as poesias de Fernando Pessoa, ou mesmo a história de Che Guevara em algum livro. Você pode chamá-la para contar de seus desencontros pela vida, ou então para falar sobre as coisas que leu. Apenas procure-a, que o seu labirinto é escuro mas se a recompensa for o coração desta, pode valer ter continuado. Não deixe que o tempo passe, não deixe que ela se vá, a saudade é muito triste.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

"Estou voltando pra casa, outra vez!"

Ontem uma amiga me disse uma coisa que me deixou muito, mas muito emocionada mesmo. Ela disse:
"Eu queria que o seu coração te fizesse voltar"
E é por isso que hoje eu dedico mais esse post a ela. Já não existe nada sem a sua amizade, Maiara Garducci.

É inegável a reviravolta que deu na minha vida e na minha mente esses últimos tempos. É mais inegável ainda como de repente tudo passou a fazer sentido, um novo sentido. É bom quando às vezes essas coisas acontecem para fazer com que a gente mude mesmo o pensamento. Para fazer com que a gente cresça um pouco e resolva organizar e mudar o que está errado.
Enfim, estou aqui, mais uma vez para dizer que eu erro sim, mais do que deveria. Eu vivo numa tpm constante que parece que um dia vai acabar comigo... Cinco minutos depois tudo está lindo. Eu sou inconstante, apesar de odiar isso nos outros, mas ainda assim me parece muito bom que eu possa mudar, melhorar, ir em frente e deixar que as mágoas do passado fiquem no passado.
Eu aprendi uma coisa muito importante, que pode me servir mais pra frente antes de tomar decisões precipitadas. Quando a gente pensa realmente em mudar de vida, em mudar e deixar tudo pra trás, acaba que a gente se esquece de ver que tem coisas bonitas também para deixar pra trás, e é nisso que eu tenho pensado.
Ir embora não significa esquecer, fugir não é ter coragem de mudar, fugir é querer mudar por medo, mas hoje, eu notei que quem sabe eu não seja nada sem esse pouco que tinha de bom na minha casa.
Talvez poucos, mas alguns íntimos entendem, o quanto era difícil pra mim ter diariamente um fantasma a me perseguir, uma sombra de um passado que durante um certo tempo foi a melhor coisa do mundo e eu não tive tempo de me acostumar com o fim. Compreendam, eu sou um ser humano, que pode fugir, mas não esquecer, que pode entender e mesmo assim a dor não vai passar. Algumas marcas ficam, feliz e para mim infelizmente, elas ficam.
O que eu descobri esses dias é uma chave, um segredo, uma coisa muito maior do que eu. Eu descobri que (falando abertamente) ele teve muito poder sobre mim, a minha mente, o meu coração e tudo mais que quisesse, eu me coloquei naquelas mãos e não medi as consequencias. A vida é assim, são riscos, algumas coisas dão certo, outras nem tanto, mas fugir não é o caminho. Enfim, o que eu descobri é que tudo passa, toda dor, todo sofrimento, o que fica mesmo é o que tem de bom, ou melhor, aquilo que você conquistou de bom, as pessoas que você cativou.
Hoje, refeita de tudo eu olho para trás e já não me pergunto porque. Eu não tenho mais a menor necessidade de me questionar ou questionar o destino.
Então agora, tudo o que eu quero é voltar pra minha casa, que pode não ser o melhor lugar, mas é o meu lugar. Eu volto para os amores que conquistei na dureza de cada dia. Eu volto para uma vida que me pertence e eu pretendo recuperar.
Hoje eu voltei a acreditar, acreditar que as coisas sim, podem dar certo. Acreditar que em meio a tanta coisa ruim, existe ainda um pouco de amor, ou muito amor. Eu voltei a acreditar em mim, acreditar que sou capaz e que conquistei o direito de ser feliz. Eu conquistei o direito de ser quem eu sou, quem eu quero ser e de ter a vida que eu quiser ter daqui por diante.
O que passou vai ficar perdido nessa estrada escura onde vagam tantas dores, às vezes eu vou voltar, vou lembrar, e chorar até me cansar por todas elas, mas eu sei que o crepúsculo antecede a luz do sol, e o sol está em cada um, basta saber enxergar.
Talvez seja preciso ter alguém que te faça sentir, seja amor, dor, raiva ou ternura. Eu creio que tenha alguém que me faz sentir tudo isso de uma vez só. E você?

sábado, 2 de janeiro de 2010

A ilusão se foi por si

Que não fique nada, nada de certo, nada mais errado.
Nada de nós dois, a ilusão se foi, vá com ela, eu peço.
Ah, mas era tão bonito, era como ter uma flor em meu jardim
Era como ter vida dentro de mim, depois de tanta morte.
Ah, como era lindo, abstrato, inexplicável, éramos poesia.
Nossa, de repente um dia, no meio da minha loucura eu te encontrei,
eu não te pedi o abrigo que precisava, eu não pedi nem esperei nada.
Ah, mas era amarga a solidão, era tão triste a escuridão.
E como assustava este andar sozinha,
como amedrontava este labirinto.
Mas como aflige agora tê-lo, se não o tenho.
Como já falha a minha voz ao gritar-te, e não ouves.
-Venha, me dê sua mão, me deixa guardar teu coração,
me ajuda a seguir, devolve o ar que roubou quando me beijou.
-Venha, siga-me por esta estrada, me deixa ir com você,
e levar você aonde eu for.
É que tu não ouves enquanto choro, posso me remoer de saudades.
Ah, mas a ilusão não é remédio, ela me tira do chão e me joga no abismo.
Se eu não posso ser sua, então não me chame assim.
Isto aqui não é um jogo, meu caro, nada aqui é brincadeira.
Eu já tenho feridas demais para entrar na sua vida,
e arriscar tudo sozinha.
Vá, que a ilusão se foi por si.
Vá, se não me quer pode seguir!
Mas se ao acaso teu coração bater por mim,
ainda que esteja muito longe, ainda que seja muito tarde,
me diz que pode ser diferente.
Eu nunca soube esperar, talvez eu não deva esperar.
Mas por ti eu correria, até onde precisasse, até onde eu aguentasse.
Eu só não vou correr sozinha.