sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Meu fiel escudeiro

Como se explica de repente encontrar pessoa tão incompatível e diferente de mim e que ao mesmo tempo tenha a incrível capacidade de me entender?
Como se explica ou racionaliza aquilo que de mais profundo existe dentro de mim? O amor e admiração a ele, amado amigo, Rafael, sobre quem (e para a quem) escrevo com tanto prazer.
E as ruas de nossa Santana que presenciaram tantos passos, tantas conversas e confidencias é que falam por nós, pois lugar nenhum jamais seria tão bom quanto este que nos recebeu e acolheu e que foi palco de todos os nossos espetáculos de cumplicidade sem fim. Essas ruas tortas e o caminho de sempre, braços dados, e palavras perdidas, ah, mas eu queria poder dizer-te em um só dia tudo o que eu passei, mas nem em tantos dias há três anos consegui dizer-te o quanto me fazia bem o simples trajeto que da escola nos levava ao terminal, se era a tu a me acompanhar.
E debaixo do sol do meio dia, de alguns temporais, das minhas desventuras amorosas, desvairados pensamentos e idéias mirabolantes é que fomos felizes, enquanto nossos dias eram apenas um do outro, enquanto almoçávamos no Mc donald's, e nada mais fazíamos senão ajudar toda aquela corja que nos enfia de cabeça nesse capitalismo sujo, e fingir que estudávamos e que aquele tempinho era realmente para que eu fosse bem na escola, e não apenas um tempo nosso para dizer: "Oi, eu estou aqui, todos os dias e sempre estarei".
E o tempo foi passando para nós, eu e ele, juntos, há três anos, e não poderia me furtar de dizer o medo que tinha de que durante as férias ele se esquecesse de mim, ou se mudasse sem dizer para onde. Eu sabia que jamais encontraria no caminho alguém que me acolhesse tão prontamente e que me dissesse tudo o que eu arrisco pensar ser apenas os olhos doces deste amigo, mas que me fazem um bem danado. É quando eu penso que sou forte, sou capaz, sou "gênio". Nem tanto, mas eu gosto de ouvir.
É sim, Rafael, a pessoa mais bondosa e bela que habita este mundo, e não são olhos cegos ou apaixonados que dizem, são os olhos daquela que o enxerga por inteiro, como um irmão, com um amor incondicional, e que vai estar ali independente de tempo ou distância.
E é ele que, talvez se lembre, como mais ninguém lembraria de cada detalhe e cada momento que passamos juntos, é ele que descreve esses momentos e que da forma mais doce me arranca lágrimas dos olhos.
Ah, meu amigo, eu não preciso dizer e nem mostrar mais o que és para mim, se ao ver-te brilham os olhos daquela que só deseja ter para sempre um abraço teu ou uma palavra de consolo, um colo, ou qualquer coisa que os valha.
Pela tua dedicação de anos, por ter aguentado tantos altos e baixos comigo, por me ser fiel desde o dia em que te conheci, por nunca ter me faltado quando eu precisei, por ser a pessoa mais doce que cruzou o meu caminho e por ser, Rafael, apenas isso que és, assim, exatamente como conheci, eu escrevo não só para ti, mas para todos aqueles que sabem ou desejam saber o que é ter um fiel escudeiro, um amigo irmão, alguém em quem se confia de olhos fechados, a cima de tudo, e contra qualquer lógica que diga ao contrário. Para que saibam que existe, sim, uma amizade sobretudo infinita.
Pelo amor mais bonito, aquele que não faz sofrer ou causa mágoas, o que de mais puro existe em mim.
Obrigada, caro escudeiro.

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