quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Não chore ainda não, que eu tenho um violão e nós vamos cantar.

Sobre um herói (2)


O meu Brasil nasceu na voz dele, a lágrima surgiu no canto dos olhos com a sua música, a emoção apareceu no meio das suas letras, o amor e o orgulho deste país de incríveis talentos, o amor maior do mundo que lhe dedico, caro herói, Chico Buarque, obrigada por cada lágrima que correu deste rosto feliz e satisfeito em poder ouvi-lo.
Obrigada, meu Chico, por me salvar de tanta coisa ruim que me cerca, por me regar de boa música e me abrir as portas para aquilo que há de mais precioso, a emoção que se sente quando uma simples musica é capaz de tocar fundo nosso coração.
O que se pode dizer, meu Deus, sobre este homem que fez de mim o que eu sou? Que é o maior ídolo que eu poderia imaginar, que foi a primeira pessoa capaz de me fazer chorar assim de tanta emoção, que entorpeceu minhas noites e acalmou meu coração, este homem que me fez pensar mais que qualquer outro poderia fazer, e me fez amar com um amor inexplicável esta minha terra, a minha gente, o meu lugar.
Ah Brasil, que nome bonito que soa aos meus ouvidos, "verás que um filho teu não foge a luta", verás que eu te amo a cima de qualquer outro lugar, e que te tenho como um orgulho maior, o lar do samba, da bossa nova, o lar do meu Chico e de tantos outros. Nasceram aqui aqueles que eu admiro como jamais poderia imaginar à outro famoso qualquer, porque são eles que escreveram a tua história, meu país, e que de quebra escreveram a minha também, e de certa forma me fizeram ver que não existe nada de melhor no glamour massante e nas incríveis belezas de rostos jovens lá fora, se depois que acaba o show todos tiram a maquiagem e o figurino, e o que fica não chega nem ao menos perto do talento dos rostos destes, cansados da luta, mas felizes no samba, destes que descrevem com perfeição cada sentimento maluco que me toma em devaneios.
E eu cantei, meu Deus, com tanta emoção que me saltou o peito e quase me explodiu o coração, cada uma de suas canções, com alegria sem tamanho ou tristeza profunda, porque nada jamais escrito por ele foi banal ou vazio. A sua verdade é que faz minha vida pulsar, é que faz meu amor florescer e minha palavra ser forte, verdadeira e ser lida. A sua música é que dá sentido à minha vida, aos meus amores, às minhas vitórias.
Mas a cima de tudo, Chico Buarque, és o maior dos meus amores, aquele que sobreviverá à morte ou ao platonismo, que sobreviverá às minhas quedas diárias, porque este amor me remete ao melhor de mim: O pouco de cultura que tenho, o pouco que sei e aprendi, à minha busca infinita por felicidade, cada amor e emoção que brota do mais profundo do meu coração, enfim, me remete ao que existe de bom que eu ainda acredito.
E é assim, já me debulhando em lágrimas, e as mais emocionadas que tenho para derrubar, que te dedico, amado Chico, o que há de mais intenso e profundo em mim, o meu amor e admiração incondicionais, o meu respeito e o meu Brasil ideal.
E eu agradeço todos os dias a sua existência, ainda que nunca saiba da minha.

Um comentário:

  1. Consabido ressoar de cordoalhas que rege egrégio sentir, de fato, povo distinto de empíreo local este que a honra tem de reluzir o coração no vibrar dos cordames de instrumento com madeira natal constituido. Bom dia minha cara irmã!

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