Entre paz e confusão ela é a confusão. Entre o risco e o seguro ela é o estereotipo do arriscado. Se você segue em frente, ela grita, pula, festeja e dança para te acompanhar. Se você vive a sua vida, ela morre para viver todos os dias, ela muda e erra para aprender. Se você é bom, ela é só alguém que dá tudo de si para ser o melhor que pode, e se esse melhor não satisfaz a alguns, ela sente e olha pra frente, que o que importa é o que ainda pode ser conquistado.
Ela cativa quem se deixa cativar, e ama aqueles que se deixam ser amados. Ela procura um amor maior que o mundo, uma história de vitórias e de presenças mais que de ausências, uma história de encanto e mágica que tem a ver com Chico Buarque e mistura a sua poesia com outros tantos admiráveis.
Ela se encontra entre os discursos de seu pai, grande guerreiro, e as lutas diárias de sua mãe. Ela se encontra entre o revolucionário e o que tem de Che Guevara dentro de si. Ela está entre o risco e a batalha de cada dia, que é simples e parece fácil, mas o amanhã é sempre uma vitória a mais.
Ah, ela é idealista, romântica e piegas assumida. A sua eterna esperança é um dia a mais, a mágica beleza de uma tarde de pôr do sol no verão do Rio de Janeiro, seu oásis de férias.
Ela se encaixa em duas palavras de amor e meia dúzia de textos de Artur da Távola, ela está em cada pequeno laço de amor que surge direto do mais profundo de sua alma, e isso faz dela quem é.
Ela é filha de militantes, lutadores, incansáveis, filha do amor pela batalha, da luta por um todo, a cima de qualquer individualismo. Ela é feita da união entre duas almas profundas e cheias de histórias para contar. Ela chega de manso às vezes e senta no colo de seu pai, para ouvir o que ele tem a lhe dizer, e enxugar as lágrimas que escorrem de seu rosto cansado do trabalho, ela gosta de vê-lo chorar, é quando parece que tudo valeu a pena.
Ela se perde no céu entorpecido pelas estralas que brilham, ela se perde por entre seus sonhos e pesadelos mais profundos, o labirinto da sua cabeça e de seus passos a levam sempre ao ponto de partida: Aonde começa o amor e a magia de estar vivo, é isso que a mantém forte, e cada dia com mais força.
Dona de um nome forte, da personalidade que faz jus a ele, e do orgulho de levá-lo consigo. Sim, pois o nome é o que tem para honrar, o que lhe foi dado de presente.
Ela marca no que diz, e até no que oculta, ela age, quebra as barreiras, sonha e escreve. Escreve porque este é o seu maior prazer, dividir com quem a lê, toda a tristeza, a alegria, a ausência e a distância, a saudade, o medo e a coragem, a dor do amor fracassado, os devaneios, a ilusão e cada sentimento que surge. Os dias de sol, as noites caladas como esta, as tardes chuvosas ou então as de verão na calçada da praia.
E você pode encontrá-la por entre as músicas de seus amados Chico, Tom, Vinicius, Toquinho ou algum outro que os valha, por entre as poesias de Fernando Pessoa, ou mesmo a história de Che Guevara em algum livro. Você pode chamá-la para contar de seus desencontros pela vida, ou então para falar sobre as coisas que leu. Apenas procure-a, que o seu labirinto é escuro mas se a recompensa for o coração desta, pode valer ter continuado. Não deixe que o tempo passe, não deixe que ela se vá, a saudade é muito triste.

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