quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Hasta nunca más, 2009


O meu ultimo post deste ano eu dedico a você (cada um de vocês) que ainda me lê e espero que pacientemente para entender cada contradição aqui publicada. Daqui de Niterói, da praia de Icaraí, eu desejo a vocês de todo mundo o que tiver de melhor.


Eu não desejo apenas um ótimo 2010 e nem apenas uma ótima festa de ano novo. Eu não desejo somente que ano que vem tudo na sua vida se resolva e que você seja uma pessoa melhor, toda vez que a gente deixa pra desejar apenas no ano novo, as promessas e esses desejos se renovam, ano após ano e nada muda. Tudo o que eu desejo hoje é que o fim deste ano seja iluminado, que você possa ser muito feliz neste agora, porque amanhã não nos pertence. Que até a meia noite de hoje você possa ser feliz, pelo menos até meia noite, depois eu sei que tudo recomeça.
Eu desejo para o hoje, para o agora, tudo que desejo a você neste ano que se aproxima. Felicidade, muita paz, mas principalmente muito amor, muita ternura, muita flor e muita poesia.
Eu desejo do fundo do meu coração que você possa se perder de vez em quando, esquecer o caminho de casa, esquecer seus horários. Não pensar nos limites, arriscar ao menos uma vez, abrir o coração e fazer as coisas como quer e não como devem ser feitas.
Eu não posso mudar meu passado, eu não posso mudar a imagem que construí até hoje, algumas pessoas nunca mudam de opinião, algumas coisas sempre permanecem, mas tudo o que eu quero, para a minha família, para os meus amigos e para toda e qualquer pessoa neste mundo com quem eu nunca cruzei ou vou cruzar por aí, é que você aprenda o valor de ser autentico e verdadeiro, o valor de ser honesto e de ser digno, o valor de ser quem você é, mesmo que isso não pareça tão legal. No fim, a gente se torna livre, a gente se torna melhor, até mais feliz. Eu sei que o inicio vai ficar como está, mas a gente sempre pode mudar o final, está tudo em nossas mãos.
Eu desejo a vocês um maravilhoso final de ano, ou pelo menos um bom sentimento para seguir em frente. Eu desejo um final feliz.

"Final feliz porque ficar (mesmo que seja) do lado bom de uma briga podre não vale a pena. Para que ter razão, quando esta destrói? Vale a pena, sim, estender a mão, tolerar quem erra, redescobrir a melhor dimensão de cada um que seja capaz do perdão e da esperança.
Final feliz só para contrariar tudo o que nos cerca, espreita, oprime e esmaga. Por teimosia e sonho, contestação e esperança."
Artur da Távola

Em especial, algumas pessoas fizeram deste ano um pouco melhor para mim. São eles:
Rafael Ribeiro, Willian Seeber, Amanda Nicastro, Maiara Garducci, Oliver, Larissa Viana, Alex Kalil, Barbara Margot, Caroline Ramone (rs), Juliana Perrone e Thiago Pimenta. Eu amo muito todos vocês!

Feliz 2010 a todos (:

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

E me bastam os poucos amigos que tenho.


...Afinal, inimizades eu adquiri muitas no decorrer dos poucos anos que tenho de vida.
Algo errado comigo? Sim. Muitas coisas. Eu nunca disse que sou perfeita, nunca pedi que gostassem de mim, eu sou realmente muito feliz e satisfeita com os amigos que tenho, pois ainda que sejam poucos eu os conquistei, eu os cativei, eu lutei por eles e não foi fácil conquistar amizades tão verdadeiras.
Às vezes eu não entendo como as pessoas são capazes de ter atos tão asquerosos e maldosos, a ponto de dizer aquilo que eu jamais seria capaz de dizer sobre alguém, eu não preciso disso. É claro que eu não gosto de algumas pessoas, mas também é claro que eu falo disso abertamente, que essas pessoas sabem disso e o que eu tiver que falar para elas eu falo PARA elas.
Pois bem então. Eu sou complicada mesmo. Eu sou chata mesmo. Sou tudo o que quiserem falar, mas pelo menos ainda me resta dignidade e caráter, a vergonha na cara que falta para muitas dessas pessoas que tanto se alegram ao falar de mim aquilo que nem mesmo sabem.
Eu já errei muito, e me diz quem não errou? Eu não sou um exemplo a ser seguido, não sou perfeita em nada, posso dizer até que sou o estereótipo do imperfeito. Mas qual é o grande problema nisso?
Eu sou maluca mesmo, mas não falo e faço tudo o que vem a cabeça. Apenas o que acho certo. Eu posso até nem pensar tanto assim, mas penso o suficiente para não desrespeitar ninguém, e ainda assim, quando o faço, sei também voltar atrás. Enfim... Eu não sou certa, eu não estou certa, eu cometo muitos erros, diariamente metendo os pés pelas mãos, diariamente me machucando e às vezes até machucando algumas pessoas também, infelizmente tudo isso faz parte da vida, a gente tem que errar para aprender a ser melhor.
Eu não sou normal, eu não preciso de um rótulo e nem de uma marca registrada. Eu sou assim, e é tão bom ter um pouquinho de autenticidade, só para variar!
Mas então, meus queridos, me deparo com tanta injustiça, com tanta gente que diz o que pensa, mas se armando de escudos e máscaras. Então se é para soltar o verbo, sejamos todos honestos, não há mal nenhum dizer o que sente, principalmente quando se dá a cara para bater.
Às vezes é muito melhor admitir que todos temos milhares de defeitos, que ficar apontando os erros dos outros por aí. No fim das contas, a gente se sente menos sozinho e bem mais feliz. A felicidade custa tão pouco.
Para que hesitar?! Hoje eu resolvi mudar, eu vou atrás do que me faz feliz, eu vou atrás de quem me faz sentir bem, ou pelo menos de quem me faz sentir qualquer coisa. E vocês? Estão procurando pelo quê mesmo?!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

E se um dia tudo mudar?


Ela deve ser como queres que seja.
Ela deve aceitar e se contentar com aquilo que você tem a lhe oferecer.
Ela não pode ter sonhos, deve agradecer aquilo que já lhe foi dado.
Será que você entende que ela pode querer mais?
Mais do que simples beijos, mais que tudo isso que não significa nada.
Mais que carinhos sem sentido, de mãos que não sentem, apenas tocam.
Ela pode querer mais afeto, mais galanteria, mais magia.
Ela pode precisar de um pouco, só um pouco mais de dedicação.
Ela pode querer, de repente, só um pouquinho de amor... É tão simples.
Você não é capaz de entender, você finge muito bem que ela já não tem feridas.
Você sabe exatamente como fugir do assunto, como fugir dela o tempo todo.
Você aprendeu a não entendê-la, será acaso?
Você pode preferir não entender...
É mais fácil e sempre será, desistir antes de lutar
Continuar na mesmice ao invés de ousar o diferente, arriscar o novo...
E se um dia tudo muda?
Ela arrisca o próprio coração, ela muda de vez de paixão, ela ama e se deixa amar.
E se um dia ela resolve trocar a tua incerteza pelo real amor de alguém?
E se um dia, de repente, tudo acaba e ela redescobre a felicidade em outros braços?
E se um dia ela descobre que amar de verdade é bem mais que devanear.
Que amor a gente sente e deve viver intensamente, morrer de amor, eu diria.
Que quem morre de amor vive a alegria, mesmo na tristeza, mesmo com saudade.
E quem não ama morre um pouco todo dia.
E quem sabe se algum dia você olha para trás e vê que perdeu o amor mais sincero e profundo que alguém lhe ofereceu?
E se nesse dia você se der conta de que ela era a rosa mais linda do teu jardim, e você passava por ela todos os dias e às vezes até a pisava, sem nunca tê-la notado.
Agora é tarde, ela se foi.
E mesmo não sendo ela o que queria que fosse;
E mesmo não se contentando com o que ofereceu;
Mesmo sem agradecer-te por tão pouco,
É dela, apenas dela o teu amor que agora repousa na saudade.

                                                                                   

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Nada de sonhos.



É assim, eu saio de uma confusão pra entrar em outra. É assim, eu deixo de sofrer por um lado para me fazer mal por outro, vai entender!
Antes eu tinha ao menos um motivo, motivo esse que eu considerava mais que suficiente para chorar quanto me desse vontade, para sofrer e querer morrer todos os dias, sem um descanso, até que finalmente eu pudesse superar aquilo, e foi assim, de repente a sua imagem se tornou sinônimo de tudo o que eu não quero, e agora, mesmo sem motivos para todo esse conflito eu continuo envolvida nele.
E aí? Eu faço o que com  a minha vida? Eu continuo amoada pelos cantos, chorando sem razão, me sentindo a pior das criaturas sobre a terra? Eu continuo me machucando assim sem mais?
Eu atropelei todos os sentimentos, eu passei como um trator por cima de tudo que eu acreditava em nome do "amor ideal", eu atropelei até o que dava sentido a minha vida, aquela velha frase "Eu nunca mais vou sofrer por ninguém" e aqui estou eu novamente, na verdade agora eu tenho três motivos ao invés de um só, três dores de cabeça e eu nem sei qual dói mais.
Eu realmente cansei de esperar, esperar uma resolução dos outros, eu já não coloco a minha felicidade nas mãos de ninguém, mas eu também não sei me fazer feliz, eu já não me basto, não é estranho?!
E a verdade? Será que era aquele maldito amor que me fazia tão mal ou eu é que jogava pra cima de uma só pessoa a responsabilidade de toda a minha desgraça?
É certo que eu me deixo levar com a maior felicidade, que eu não lido bem com essa coisa de solidão, está certo mesmo que eu tenho muito medo de ficar sozinha, isso me apavora, eu não tenho medo de lutar, de apostar até as ultimas consequencias em alguém, eu tenho medo é de não fazer isso e ficar assim para sempre, esperando em vão uma segunda oportunidade de fazer as coisas valerem a pena.
Três amores? (nessas ultimas noites parecia que sim, quando eu sonhava com os três) Não, dois 'carmas' e um alívio, três impossíveis, três para a minha cabeça! Pois é, eu aqui tentando descomplicar e sempre me deixo apegar pelas pessoas mais complicadas, com quem provavelmente nunca nada daria certo. Pois é, três sonhos, três devaneios, e três ilusões, uma mais bonita que a outra. Agora é a hora da realidade.
Eu tive que escolher entre os meus sonhos e ilusões ou a vida como de fato é, e eu acredito que mereço o direito de mudar, então se é pra ser assim, pra ilusão me fazer sentir dor e os sonhos não serem vividos, eu prefiro os pés no chão, a realidade, mesmo que não seja tão bonita ela não ilude em seu prospécto, eu espero que assim as coisas melhorem.
Nada de sonhos, agora tudo é real, eu vivo cada momento, e o momento me leva com ele.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Ilusão de natal


Vai chegando o fim do ano, tudo pronto para se renovar, todos querendo comemorar sei lá o que e sei lá por que. Agora é como se de repente eu ficasse longe de tudo, trancada em mim, e bem com isso.
Em meio a euforia das esperanças no futuro o medo do passado já me tomava conta. Medo do que eu disse, medo do que eu poderia ouvir, medo de mais consequencias daquilo que já tinha sido... De repente tudo parou, as coisas ficaram bem e sem explicações, simplesmente tudo se ajeitou como num passe de mágica.
O meu coração continua ferido e eu ainda hesito em lembrar da unica decisão da qual eu posso estar realmente arrependida, eu prefiro pensar que ficou alguma coisa de bom. Eu quero manter vivas as recordações, até o reencontro que pode demorar muito tempo eu só espero que ainda reste alguma vida em mim. Eu cansei de pensar que o meu tempo se acabou e que não posso mudar nada.
Hoje eu sei que renunciar ao passado também não leva a nada. Eu espero conseguir sair deste inferno, talvez seja preciso dormir para sempre, talvez seja preciso nunca mais olhar para fora de mim, talvez eu precise mesmo estar sozinha, ou quem sabe ter alguém que cuide de mim, uma vez na vida todos precisam ser ajudados, agora é a minha vez.
A minha voz já não tem som, que estranho, eu que já gostei tanto dela, que já quis tanto poder dizer tudo o que achava que devia ser dito e que as pessoas não diziam, eu que não calei nenhum momento, nenhum sentimento, eu que me mostrei com ela, que falei e cantei tanto o que sentia para quem sabe ficar viva. Agora tudo se encontra no meu silêncio, todas as coisas ficam em mim guardadas, e existem algumas pessoas presas em cada sentimento que eu calo.
Essa época do ano parece muito  feliz, por onde eu passo sozinha vejo pessoas alegres vivendo a ilusão de se livrar de todas as cobranças e responsabilidades, ainda que por poucos instantes. Ruas iluminadas, da varanda deste prédio a gente vê luzes coloridas piscando por toda parte, parece que todos os lugares se enchem de magia... Eu fico aqui parada, eu espero que a magia me alcance.
É certo que tudo agora parece muito feliz, para mim não passa de ilusão, mas quem disse que um pouco de ilusão não faz bem de vez enquando? Eu quero mais é poder viver um pouquinho tudo isso, eu quero toda essa magia de poder passar dos limites, de me sentir completa, só para variar um pouquinho!
Eu não quero acreditar no impossível, eu não quero correr o risco de ser ridicula, piegas ou maluca, mas todos os anos, como um ritual, eu faço um pedido de natal, eu peço por aqueles que como eu, estão perdidos tentando se encontrar. Peço pela minha família, meus amigos, o meu amor (quem quer que seja), eu peço que essa felicidade se estenda por vários dias do ano e para todas as pessoas, e peço que a vida dê a cada um pelo menos alguma coisa boa para recordar.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Livre


"SONHA E SERÁS LIVRE DE ESPÍRITO... LUTA E SERÁS LIVRE NA VIDA"

Che Guevara

Durante muito tempo eu acreditei que só seria feliz depois que saísse de casa, me libertasse de tantas explicações e cobranças, depois que, enfim eu pudesse tomar conta de mim mesma e prestar contas apenas a minha consciência. Bom, a verdade? Isso é sonho de criança que ainda precisa crescer um pouco mais para saber o que realmente quer da vida.
Hoje em dia eu acho que não saberia viver sozinha e nem tomar conta de mim mesma, pelo menos não antes dos 25. Eu acho mesmo que quero casar, ter filhos, família e etc. Acho que não nasci para viver sozinha.
Liberdade? Liberdade é sentir o vento do Arpoador, é sentir seu corpo tão leve a ponto de se deixar levar com a brisa que bate. Liberdade é poder mostrar que sente, que se emociona. Liberdade é poder dizer em alto e bom tom tudo aquilo que se quer.
Eu não busco a liberdade de antes, eu sei que hoje eu quero que alguém me segure e não solte mais, porque eu acredito, e de acordo com a filosofia do Pedro, aquele que é completamente desapegado e que não se prende, também está sempre caindo, já que não tem em quem se segurar, em quem se apoiar. Eu não sei ser assim, eu não sei ser sozinha, muito embora eu prefira às vezes estar sozinha a estar com pessoas que não me acrescentam nada.
Eu cheguei até aqui com muito medo, com medo de que um dia, assim, sem motivos tudo que eu acreditava desabasse. De uns três anos para cá foi isso mesmo que aconteceu. Eu perdi aquela vida de bairro-escola, aquela vida de casa, comida, roupa lavada, bolo e cuidados de avó, eu vi o meu mestre perder a sanidade e me olhar nos olhos já cheios de lágrimas, segurar minha mão e dizer: Ah Catarina, graças a deus você veio me ver! E eu encontrei ali, naqueles olhos, naquelas palavras as mesmas angustias e os mesmos medos que me cercam, eu vi nele, talvez pela primeira vez a coragem pra mostrar que também tem um coração e que também sente, como qualquer pessoa normal. Eu vi nele, o medo tão grande de estar por um fio, não o medo da morte, mas o medo de já não poder se lembrar de mim.
Eu perdi aquela vida de regras: hora para estudar, hora para ler, hora para brincar, mas sem hora para ser feliz. Foi em meio a essa impossibilidade toda da minha única procura, a felicidade, que eu me encontrei feliz por estar viva, por ter quem me protegesse e cuidasse de mim. Eu me encontrei feliz nas coisas mais simples, em ter um gato, um cachorro, em ver os pássaros cantarem, no abraço de pai, em cada 'eu te amo' verdadeiro, em saber e ter aprendido que nessa vida distância nenhuma separa um amor, e nem a morte faz a gente esquecer.
Ser livre para mim agora é de repente poder viver cada momento, não como se fosse o ultimo, eu não quero pensar no fim, mas viver e poder respirar aliviada por ser o que eu quero ser, ser como eu gosto, ser como eu sou, apenas isso. Eu não peço que aceitem, respeito a gente conquista, mas eu quero arriscar e ter sempre coragem para ir atrás do que é importante, isso é ser livre.
Eu quero me orgulhar do que sou, bater no peito e poder dizer um dia que eu fiz o que achei certo sempre, que eu fui justa, ética, honesta e o que for, que sempre agi com o coração e sem arrependimentos.
E é quando eu olho para a dona Fernanda (minha mãe) é que eu vejo a coragem que eu quero ter. Deixou a casa da mãe quando achou que deveria, batalhou o seu emprego, se engajou na política e num sindicato, e como ela mesma diz: "A gente não luta por um, luta por todos". E ela luta, luta por mim, por ela, por nós, e batalha todos os dias pela sua consciência, para fazer o que é certo. Ela sim é livre, livre de qualquer comentário que possam fazer, livre porque é dona de si mesma, paga suas contas e cuida de mim como se eu fosse realmente parte dela.
A minha liberdade ideal é assim, eu luto um pouco cada dia, eu sobrevivo e sei que sempre vai existir um dia seguinte. Ainda me falta CPF, titulo de eleitor e poder batalhar nas ruas o que eu quero, me falta escrever um livro, me falta um grande amor, mas eu sei que o que eu quiser vou lutar para conseguir, e se não conseguir tudo não vai ser porque não lutei.
Eu quero mais é areia de praia, eu quero o sol batendo na cabeça, eu quero presença, quero milhões de abraços, de beijos apaixonados, eu quero muito carinho, e eu quero um bem enorme até pra quem me quis mal.
Liberdade para mim é poder estar sempre de braços abertos para o que vier, experimentar tudo, mas saber diferenciar o certo do errado, claro. Liberdade é não guardar rancor, mágoas, é poder sempre olhar para frente, abraçar o destino, se fazer feliz. Liberdade é, enfim, poder ser louca o quanto eu quero, poder voar, sonhar, e ter um mundo só meu aqui dentro de mim.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Talvez o erro seja meu


O erro é meu. Eu acredito demais, eu acreditei em vão.
Eu insisto até hoje em acreditar no que meus pais dizem desde pequena: Seja honesta; seja verdadeira; seja leal. São esses valores que eles me passaram, e pode até ser burrice seguir tudo isso, mas eu não sei ser de outro jeito.
Eu não sou exemplo de nada, eu mal dou conta de mim mesma, é que quando eu paro para pensar eu não consigo me imaginar passando por cima de ninguém para ter o que quero, eu não me imagino conseguindo ser feliz atropelando a felicidade dos outros.
É, eu acho que talvez o meu erro seja exatamente pensar tanto nos outros, pensar muitas vezes em quem não parou por um segundo para pensar em mim, pensar tanto e querer tão bem a quem só me viu pelas costas.
Eu já não sei mais exatamente qual a lição a aprender, mas eu ainda mantenho a certeza de que cada dia é uma lição e cada obstáculo é só uma forma de nos tornar mais fortes.
É assim, a gente erra, acerta, mais erra que acerta na verdade, mas a minha força consiste nisso, em não esconder minhas fraquezas, em poder chorar sem medo e sempre saber que existe um dia seguinte, e quando esse dia amanhece tudo o que foi ontem de certa forma fica no passado.
Para mim as coisas nunca funcionaram na base do ''tudo vale'', eu acho que sofro de velhice precoce, acho que eu sempre fui meio chata como diz minha mãe, meio mal humorada, sistemática e cheia de regrinhas comigo mesma... Essas coisas com o tempo foram mudando. Sistemática e mal humorada, acho que tanto quanto papai, no fim das contas eu acho que a convivência fez isso comigo, e uma vez ele me disse que gostaria que eu não fosse amargurada como ele. Mas o que eu vejo e sempre vi não é um cara mal humorado e triste. Eu sempre vi um homem lutador, que lutou até demais, e que talvez por isso tenha se cansado de tudo um pouco, é um orgulho sim, ter uma família como a minha é para poucos. Cada gota do suor, de sangue e de lágrima eu sei que valeu a pena para chegar até aqui.
Outro dia minha mãe chegava da greve, cansada (muito cansada) e eu sabia que ela já não agüentava mais aquilo e então perguntei por que ela não parava e ela me respondeu que, se ela que é a diretora de base do sindicato não dá o exemplo não poderia se esperar atitude melhor dos outros. E eu sempre soube que ela é uma grande mulher, que soube muito bem me ensinar o que é realmente importante nesta vida, independente do que você tem, o que vale é mostrar quem você é ao menos para quem realmente se importe em enxergar.
Eu fico tão perdida em meio aos meus valores e ao que eu às vezes sinto vontade de fazer, de certa forma quando eu vejo tão de perto as pessoas me atropelarem eu sinto mesmo muita vontade de passar por cima delas como fizeram comigo. Mas é aí que eu paro, penso e percebo que eu preciso ser diferente, e que eu sei ser diferente!
É por isso que hoje, depois de comprovar uma amizade perdida e um amor jogado no lixo, depois de ver que eu realmente posso me enganar de forma absurda quanto às pessoas é que eu digo: Eu prefiro mesmo que não gostem de mim, eu prefiro que me chamem das piores coisas e que nem me olhem, porque quem realmente valer a pena vai saber que eu sou diferente, e que eu não preciso me explicar. Eu prefiro errar e dar a cara pra bater, errar e assumir, já que as conseqüências, querendo ou não serão minhas. Eu não sou perfeita, não faço discurso moralista e nem tento ser o que não sou... O meu erro talvez seja ser sincera de mais, e falar aquilo que as pessoas não querem ouvir mesmo sendo verdade.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Entregaria o meu destino



"E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude"

De uma forma não muito convencional, sem um assunto especifico, só um desabafo, porque hoje parece que eu vou explodir.
É uma sensação parecida com estar doente, fraco, indefeso, cheio de dores por todos os lados, uma febre que não passa, e de alguma forma parece que nunca vai passar, mas eu sei que um dia desses isso tudo acaba.
Foi um sonho, talvez só meu sonho mesmo, apenas mais um devaneio meu... Foi uma música, que agora já não sai da minha cabeça.
Eu fico pensando que diabos eu fiz de tão ruim para ficar nesse estado, porque ele simplesmente não olha para os lados, será que ele não seria bem mais feliz? Será que eu não posso ser a felicidade?
E já nem perguntem por mim, que eu não sei o que foi feito desta minha vida, agora ela já não me pertence, tem outro nome, outra alma, está nas mãos dele, que volta e meia é todo amor, mas que vez por outra também é descaso, ele parece não precisar de ninguém, ou então precisar de alguém que não sou eu.
Eu não sei em que labirinto eu perdi o controle do meu coração, em que momento eu sonhei que o queria tanto e agora é como se quisesse de verdade.
É besteira minha, total perda de tempo, é uma coisa maluca que me invadiu, mas que simplesmente nem faz sentido, eu ainda não sei se isso foi uma peça que o destino me pregou, se foi só um pensamento que passou e vai passar por mim sem deixar rastros... Eu sei que quando ouço aquele nome na minha própria cabeça, em eco, que faz latejar, é como se todos os meus sentidos parassem e eu me perdesse dentro de um único ser.
Ele na cabeça, eu nessa estrada, tão perdida, tão completamente perdida e sem rumo. Eu nem tive oportunidade de dizer, eu nem lembrei de perguntar pra ele, eu nem ao menos sei o que se passa naquela cabeça, é tão cheio de enigmas que quase me mata de tanto pensar!
Eu já não sinto dor, agora é como estar anestesiada, como estar com muito medo mas também com muita coragem de olhar para ele, com uma vontade do tamanho do mundo de tê-lo em meus braços nem que seja só mais uma vez.
Quem sabe seja assim, coisa de momento, paixão que bate como brisa e se vai assim rápido como veio... Quem sabe ele siga seu rumo como tantos outros, quem sabe daqui a um mês ou dois ele nem se lembre de mim. Quem sabe eu ainda o possa olhar nos olhos como olhei nos meus sonhos, e dizer: Eu quero mesmo você.
Só o tempo, e se o destino for meu amigo, me jogará em seus braços.

*ps. Nunca foi tão fácil e rápido escrever aqui, me sinto aliviada (:

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Eu não sei me fazer feliz


Sabe aquele sentimento de vazio mais profundo?
Sabe o que é ter uma vida e deixar que ela te escape das mãos?
Ultimamente têm sido sempre assim, a súbita tristeza diante da própria vida, o coração dilacerado como qualquer ilusão, e todos à minha volta só vêem meus olhos riscados de preto.
E a alma como fica? Já começo a duvidar que tudo seja uma questão de sentimento, e se existe sentimento, talvez seja melhor não sentir nada.
Minha cabeça lateja e me desespera cada vez mais, é uma dor funda que bate e volta o tempo todo, e eu já até me acostumei a conviver com ela. As coisas foram se acumulando de tal maneira que agora explodem dentro de mim.
É a casa, agora abandonada, os brinquedos de uma infância nem tão feliz, são as coisas que ficaram de mim e que já não me pertencem. Foi cada bolo de avó, cada caricia de avô, ter sentido que eu tinha quem me protegesse do mundo lá fora é que me faz agora ter tanto medo.
Eu brincava com os pássaros nas gaiolas, com a cachorra conselheira, nas férias Rio de Janeiro, olhar um céu azul, me perder no samba do meu Chico, foi descobrir assim de repente que eu fui feliz na minha própria infelicidade.
O inferno astral, os negros pensamentos que tomaram conta do meu ser, ter gostado de alguém mais que de mim mesma. Ter visto ele partir sabendo que seria para sempre. Eu queria ter dito tudo isso antes de vê-lo em seu leito, eu queria ter lhe mostrado outra saída.
Será difícil quem me vê agora imaginar quanto eu mudei. Quando criança lia "A vaca voadora" com atenção em cada detalhe, li esse livro umas quatro vezes, e de alguma forma me fazia feliz ver o amor mais simples e mais bonito descrito nele.
O meu medo é cair e não poder levantar, é ficar na beira da estrada e nunca atravessar, ficar sozinha e irremediavelmente infeliz para sempre. Ficou esse medo da solidão que tanto me aflige.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Um dia desses


Um dia desses quando eu te olhar, vou ter na minha frente tudo o que eu sempre quis.
Vou te dar minha vida inteira, te entregar tudo que eu tiver.
Você vai ficar, não dizer nada, nós poderemos ser apenas um do outro,
se você me olhar, só por um instante, vai se dar conta de que eu só desejo fazê-lo feliz.

Hoje você ficará, se perderá comigo, só por hoje, deixa que eu seja tudo.
Eu vou te mostrar um lugar bem melhor dentro de mim.
Você vai tropeçar nos sentimentos sem querer,eu vou me perder no caminho
E você vai me ajudar a encontrar a saída deste labirinto.

Não me deixarás cair, eu não posso cair!
Agora já é muito tarde para voltar atrás, agora tudo que é meu está contigo,
agora eu já não sou e nem tu és, somos um só,
e como um só que se rompe, não sei qual dos dois sobreviverá.

Eu saberei quando chegar, vou saber te enxergar,
e no meio de tanta gente igual tu serás diferente,
tua luz brilhará mais e com maior intensidade que qualquer outra.
Esse é o impacto exato, te olhar e saber que és para mim.

Ah meu bem, eu já cometi o desatino de perder-me no olhar de quem passou por mim e não me viu passar, de quem seguiu em frente e me deixou para trás,
de quem me olhou e não quis me enxergar.
Não queiras enganar os meus olhos mais uma vez.

Eu vou lhe mostrar que não existe distância alguma a nos separar,
vou mostrar que de repente você ainda nem sabe o que é o amor.

Venha até mim, meu amor, traga-me um beijo, o mais intenso,
que seja teu beijo mais terno, o mais apaixonado.
E eu sei que não há forma mais fácil de ganhar meu coração,
não há caminho mais curto para a desilusão...
E novamente, mais para frente, em meio a tanta bagunça, vai dizer que me esqueceu.

E eu que aqui repouso em devaneios tolos,
e eu que aqui mergulho no meu mais profundo sonho de tê-lo para sempre.
Eu ficarei aqui, e estarei aqui para sempre, como jurei, e mantenho minha palavra,
eu serei tua, mesmo que não sejas meu.

E agora sou do teu amor, que antes fora meu.
Já me levaste tudo, só te peço que não me tire as ilusões,
deixa eu viver só mais um pouquinho ao seu lado,
ouvindo o som do teu coração a bater por mim.

Um dia desses, em um um dia como esse, eu sei que terei você comigo,
e ainda que por um breve momento, você será apenas dos meus beijos
E eles, apenas dos seus.